Respondendo às pessoas que perguntaram sobre o motivo de minha saída da Entidade Mahikari

 

Respondendo às pessoas que  perguntaram sobre o motivo de minha saída da Entidade Mahikari (de certa forma, um complemento do primeiro texto publicado)

O que motivou minha saída,  entre outros motivos pessoais, foi o desvio de comportamento de muitos dirigentes, principalmente os mais graduados, no que tange os princípios básicos da espiritualidade pregados nos  ensinamentos  da entidade. A arrogância,  a falta de humildade espiritual, o despreparo intelectual dos membros que se interessam pelo serviço do sacerdócio,  tornando-se dirigentes sem conhecimentos gerais que, pelo simples fato de representarem a entidade como dirigentes, deveriam ser melhor preparados. E assim, representá-la em qualquer ramo da sociedade, sem que cometessem deslizes de falta de conhecimento e domínio no assunto em que se prestam a fazer, como o espiritual, ou religioso. Pois dessa forma, repetem como "papagaio",  - termo que é muito usado na entidade, e que talvez seja por isso mesmo que não se preocupem em formar melhor seus dirigentes -, o pouco que aprenderam. Não possuem conhecimento mínimo sobre as outras religiões principais do mundo, e dessa forma, em muitas oportunidades acabam falando bobagem, na tentativa de mostrar algum conhecimento,  e caem no descrédito.

Dirigentes que pela sua simplicidade,  não possuem domínio do idioma português e de oratória,  e acabam tendo muita dificuldade em transmitir os ensinamentos,  e ninguém se preocupa com isso.  Já ouvi tantas asneiras e tolices que fica difícil até de serem citadas. Creio que muitos já tiveram essas experiências também.

Essa despreocupação com a qualidade de seus dirigentes,  soa um tanto estranho para uma entidade que deseja expandir suas influências para todo o mundo, "cumprindo uma grande missão divina".

A forma como estava e  está sendo conduzida a expansão,  me assustava também, e hoje vejo com outros olhos, pois aquele sentimento com que os membros e dirigentes de então, prestavam aos novos iniciados, concedendo carinho e atenção, foram aos poucos se perdendo. O sentimento de amor ao próximo, e preocupação com a resolução de seus problemas espirituais também ficaram dispersos, e como consequência,  diversos membros deixaram a entidade por não acreditar mais nela e pela decepção de ter acreditado que seriam tratados de forma diferente das outras entidades,  recebendo atenção toda vez que necessitassem, e assim se dispersaram.

Hoje vejo que o motivo é claro, pois não importa mais ajudar a  resolver os problemas dos kumitês, o principal é aumentar o número de participantes,  e aumentar assim os rendimentos,  sem muitas vezes haver a percepção do dirigente local, pois este , movido por sua ambição ao cargo mais elevado, não percebe que para a entidade mundial, seu cargo é irrelevante, pois a arrecadação é o principal.  Por isso se exige cada vez mais dos membros e dirigentes regionais que se "dediquem cada vez mais" , independente dos sacrifícios pessoais. ( essa visão só foi possível hoje, após 27 anos de permanecer na entidade e de saber da verdadeira origem dos fundadores).

Hoje se tornou muito burocrático,  só se pensa em relatório, em números,  em crescer. Aquele discurso inicial de qualidade ante a quantidade, passou a não ser mais importante. A qualidade só ficou no discurso.

Os milagres que surgem, creio que são decorrentes da conversão do sentimento da própria pessoa,  e seu compromisso de mudança com Deus, e o fato de estar deixando de pensar só em si, e dedicando um tempo ao próximo. Isso ocorre em várias entidades religiosas espalhadas pelo mundo afora, inclusive nas diversas entidades que são conhecidamente trambiqueiras e fraudulentas. Então a mahikari não está fazendo nada diferente das outras, exceto trazendo uma forma diferente de conhecer os ensinamentos de várias religiões compilados em uma forma mais fácil de compreender.  Tem seu mérito,  mas não justifica a sua forma de agir.

Incomodava-me também a forma, muitas vezes desrespeitosas e mal educadas, com que certos dirigentes se dirigiam aos membros kumitês, demonstrando total falta de humildade e educação espiritual necessário ao cargo que se encontravam.  Mas, não se tratava de uma pessoa que realizava uma missão dada por Deus?  Isso é sério ...

Nunca admiti kambu com vícios,  mas o tabagismo e o abuso do álcool eram para mim inadmissível. Nunca aceitei isso, embora tinha que conviver com alojamento repleto de sujeira e mal cheiro de cigarro. Era horrível, e me perguntava, como é possível pregar pureza e viver nessas impurezas? Portanto não sentia seriedade nestas formas de condutas que não se faziam importante dentro da entidade. A justificativa era de que o "Grão-Mestre" fumava , e então era só receber okiyome e pronto, estava bem. Mas sabemos que não é assim. Estava aí um dos pontos conflitantes desde o início de meu contato com a entidade, pois para mim era inexplicável um líder religioso,  com uma missão tão importante e grandiosa,   se deixar saber que não se livrava de um vício que mata milhões de pessoas pelo mundo afora. E como servir de exemplo para os outros?

Certa vez, durante a realização de um seminário de grau básico, presenciei uma cena que tinha tudo para ser cômico, se não fosse trágico. No intervalo da transmissão do ensinamento, o Kôshi, ou seja, aquele que transmite o seminário como representante do Oshuenishi-sama, como de costume entre os Kambus que fumam, acendeu  cigarros, e infestou o recinto com o cheiro terrível de fumaça de cigarro. Em seguida, quando este se dirigia para retomar a transmissão dos ensinamentos, uma senhora que fazia parte do staff daqueles que auxiliavam nas tarefas do seminário, saiu espirrando pelo ar, vários disparos do conhecido “bom ar” , a fim de remover o odor de cigarro que se espalhava pelo ambiente fechado do dôjô.  Achei um absurdo!

Enfim, como pode ver, a postura de um servidor de Deus não pode ser  maculada.  Do contrário ela deixa de ser  exemplo , perde a confiança,  e o moral para se dirigir as pessoas,  deixa de ter credibilidade,  e isso leva a desvios que deturpam a realidade da verdadeira missão de um servidor de Deus. Isso abre caminho para várias manipulações de toda ordem.

Portanto,  refletindo sobre tudo isso e outras coisas mais, decidi deixar meu cargo de dirigente e voltar a minha vida de antes, somente como kumitê.    Daí,  as coisas se tornaram mais interessantes,  pois pude observar o comportamento de kambus e kumitês  sobre esse fato,  e me vi surpreso com o resultado.  Foi um estudo interessante,  pois observei melhor o aspecto do comportamento humano.  Que ser complexo!   Só Deus mesmo para entender a aceitar certos fatos.

Mais tarde, tomando conhecimento das verdadeiras origens e histórico do surgimento da entidade e ciente dos fatos  relevantes que se apresentaram, não tive dúvidas em deixar de vez a entidade seguindo de agora em diante meus instintos e intuições do meu ser que é um verdadeiro filho de Deus. Busco a todo instante manter-me em vibrações que possam me levar a entender cada vez mais minha vida aqui nesse mundo material e o papel     que tenho que desenvolver a todo momento. É complexo,  pois o trabalho é árduo para aqueles que querem desempenhar com sinceridade e verdade a missão de servidor de Deus, levando Sua mensagem e desejo aos seus irmãos em vias de desenvolvimento espiritual. Estou longe disso tudo, mas me sinto bem vivendo uma vida que não tenho que mentir para ninguém sobre as minhas limitações humanas.

Desejo o bem para todos,  e espero que um dia  possamos gozar da verdadeira felicidade almejada por aqueles que tenham se empenhado para isso, seguindo os ensinamentos transmitido por vários mestres ao longo da história.

Espero que possa ter sido útil essa explanação.

Um abraço.

 

 

Sobre meu desligamento da Sukyô Mahikari

Sobre meu desligamento da Sukyô Mahikari

19/01/2015

Meu nome é J.G. de Andrade, brasileiro, tenho 51 anos e sou cirurgião dentista. Além de ex-dôshi (dirigente) da Sukyô Mahikari.

Tratar desse tema é um tanto complexo para  mim pois envolve muitas questões que passam desde o aspecto  espiritual, emocional, familiar, social e particular.

Tenho uma vasta experiência desenvolvida nesses quase 27 anos de prática com a imposição da mão, e que me fizeram ter e viver momentos muito interessantes.

Mas a maior dificuldade de relatar, a quem possa ler esse depoimento, será entender o sentimento que me tomou no momento em que a máscara da mentira  descortinou-se. Uma mistura de completa perplexidade, incredulidade, vergonha, e inconformismo por deixar passar tantos anos sem realmente ter chegado aos meus conhecimentos tais fatos sabido agora; e não vou negar que cheguei a sentir muita raiva de mim, de quem me enganou (faço um parênteses aqui para esclarecer que se refere aos fundadores da entidade e seus comparsas e não as diversas pessoas maravilhosas que conheci durante essa jornada e que tenho até hoje carinho e afeição por elas, e que também, de certa forma são vítimas do ocorrido), e até cheguei ao cúmulo de questionar ao próprio Deus sobre os acontecimentos que vieram à tona. É claro que Ele deve estar rindo da minha cara.....

Enfim, estamos aqui para aprender, aprender e nada melhor que aprender com os próprios erros.

Apesar de ter tomado conhecimento das revelações bombásticas sobre a entidade mahikari  há mais de seis meses  pelo site       muito bem elaborado pela  sra. Norma Shinkai (http://newsea.wix.com/aprendendo-com-a-sm) , e a princípio ter repassado a informação a alguns kumitês amigos aqui da região, minha maior surpresa foi a de que somente obtive retorno de uma kumitê comentando o fato. Fato este que considero gravíssimo, e que de certa forma, passou sem nenhum comentário..... muito estranho....; assim esperei por esse tempo para melhor digerir as informações e decidir o que gostaria de fazer. Por fim decidi que, apesar das inúmeras justificativas que possam existir sobre tudo isso que está ocorrendo, me senti na obrigação  como ex-dirigente, não pecar por omissão, (uma vez que tenho muita informação de bastidores que até então se limita aos dirigentes, como também  observações  concernentes  a prática diária dos membros e de kumitês com cargo), deixar claro minha intenção de esclarecer os motivos de meu desligamento com a entidade Sukyô Mahikari para que aquelas pessoas que tiverem dúvidas e necessitar de auxílio para tomarem posições possam fazê-las com firmeza e sem constrangimentos.

 Não me posicionar  me colocaria como conivente de tudo que está ocorrendo e ocorreu, aceitando, até então, uma submissão por acreditar que o que estava acontecendo poderia fazer parte de um plano divino da qual eu não devo me importar. Seria cômodo para mim, como para muitos eu creio. Mas outra parte da minha consciência dizia que: - se você ajudou muitas pessoas entrarem nesse caminho, e que podem ter tido experiências boas ou ruins, levando em conta a forma com que refletem sobre essa mesma experiência, então deveria reparar esse erro ( abro mais um parênteses aqui para lembrar meu amigo Gauthier Abreu quando escreveu sobre “erramos mais vamos reparar ” no seu blog e no site da sra. Norma, onde pretendo anexar esse depoimento também) esclarecendo-as , deixando que cada uma delas  possa tomar sua decisão de acordo com seu livre arbítrio e sua consciência. Acredito que somente assim poderia diminuir minha angústia de consciência sobre esses queridos amigos de jornada espiritual rumo a verdadeira liberdade de ter seu encontro com  Deus, começando por onde Ele se encontra:  dentro de nós mesmos. Assim já dizia o conhecido Mestre Jesus.

Bom, se eu for me alongar contando o que vivi nesses 27 anos de mahikari, já imaginam que não seria um depoimento, mas sim um longo depoimento. Dessa forma pretendo colocar os principais fatos que se tornaram irrefutáveis, para as pessoas, principalmente os kumitês, refletirem  sobre se ainda vale a pena continuar nessa entidade, fazendo o que estão fazendo.

Sobre fatos não se pairam dúvidas. Sobre a verdade não se admite dúvidas. E como uma entidade que se baseia na Verdade Divina e se proclama ser pioneira na mudança do mundo rumo a civilização espiritualista, deveria ser uma insolência, um desrespeito, uma blasfêmia o que se fez e faz com o chamado “ SHINRYÔ “, uma ofensa grave perante ao Grande Deus SU (supremo nesse caso), mesmo se tratando de um termo usado pela mahikari, e que por isso mesmo se torna mais grave ainda. E mais, por defender o trabalho de Deus MA de makoto, ( que executa a verdade) seria imperial jamais faltar com a verdade. Só isso já seria motivo suficiente para virar as costas para essa entidade, mas tem muito mais...

Procurando não me estender muito, vou citar alguns tópicos que considero relevantes e que pode ser considerados gravíssimos por contrariar a versão dada aos kumitês (aqueles que tomaram conhecimento) e o fato de não esclarecer corretamente quando questionados  sobre os fatos e de deixar  milhares de membros sem ter o mínimo conhecimento desses fatos. Por isso só, já não contaria a missão de Deus de Makoto ( esclarecer a verdade) ?

Para aqueles que quiserem ler mais sobre todos os detalhes, devem acessar o site da Sra. Norma Shinkai (aprendendo com a  sukyo mahikari) e navegar pelos diversos conteúdos apresentados.

1.   Começamos pela sentença do Tribunal de Tókyo; que diferente do Brasil, é um tribunal sério, pois seus membros não sofrem ação dos corruptores do sistema político como ocorre por aqui. E a lei é cumprida...;

2.   A verdadeira relação entre o Sr. Okada (sukuinushi-sama) e Sra. Inoue(Oshienushi-sama); a documentação da adoção nunca foi mostrada...;

3.   O início dos trabalhos do Sr. Okada se envolvendo em diversos segmentos religiosos...; (revelação divina?....);

4.   A carta mentirosa do Sr. Tomita, acessor direto e fiel dos dois oshienushis, afirmando categoricamente que o sr. Okada nunca tinha participado da Entidade Messiânica, onde estudou a arte de impor a mão, sendo que foi divulgado fotos onde o Sr. Okada se encontra junto com outros membros dirigentes da então Sekai Kyusei-Kyô (entidade messiânica), e dos relatos dos membros dessa entidade que afirmam que ele pertencia a entidade e possuía cargo de dirigente);

5.   O desmascaramento da medalha Saint Denis of the Zant, onde, segundo o texto explicativo, pode ser adquirida pela internet!  (e quando vejo essa medalha insignificativa, colocada nas fotos oficiais da entidade mahikari, junto ao seu mestre Sukuinushi-sama,( onde pode ser vista pela quadro de sua foto exposta em ocasiões especiais...) numa tentativa de Lhe conferir autoridade, me dá um sentimento de perplexidade, onde não me posso explicar....

6.   Sobre os nomes “sagrados” , os depoimentos de membros de outras entidades atestando que o sr. Okada já usava o nome de “ Kôtama” desde  há muito tempo, bem antes da fundação da entidade Mahikari, sendo assim, não seria um nome concedido por revelação divina para ser usado na criação da Sekai Mahikari Bunmei Kyôdan (SMBK); (denomina-se Kôtama – bola de luz - , e impõe a mão...);

7.   As ligações com companheiros de guerra e suas atuações como dirigentes da entidade Mahikari, e diversas manipulações;

8.   O encobrimento da verdadeira causa mortis do sr. Okada e das circunstâncias que ocorreram, e sua divulgação para os kumitês ( ver relato explicativo no site da sra. Norma Shinkai);

9.   Os processos judiciais que correm por diversos países do mundo, desmascarando os esquemas fraudulentos da entidade, assim como desrespeitos de dirigentes, roubos, assédios sexuais, etc...; e sendo assim,  precisou ser fechada suas sedes em vários países em decorrência dessas ações. Hoje posso entender o porquê da entidade não  se importar com os membros que saem dela e sim a ânsia de arrebanhar novos membros que, pela sua falta de informação entram para a entidade e acabam sendo usadas, até que um dia se despertem e vejam que se equivocaram. Isso pode ser tanto de imediato, como levar anos, como no meu caso por exemplo. Como pelo mundo afora, está difícil conseguir novos membros, restou a atrasada América Latina como reduto de fiéis, sendo assim estabeleceu-se uma política de avançar de forma agressiva sobre a expansão para captar novos membros, não se importando nas características preparatórias e fundamentais, como eram consideradas no início da expansão. Hoje aceita-se inscrição para o seminário até no momento final deste;

10.               Dia da Sukyo Mahikari no Brasil – outro evento cercado de questões políticas e que envolvem políticos corruptos, com ficha suja. Como uma entidade que se destina a ser pioneira da civilização espiritualista, pode se dar ao deslumbre de tais associações, ao invés de dar exemplo de retidão e honestidade?  Talvez seja, realmente, uma forma de se mostrar como uma entidade respeitada e confiável aos olhos dos menos informados, e me assusta mesmo haver a participação de autoridades membros dessa entidade, e que parece que não se atinaram sobre esse ponto de vista: - a verdade, a moralidade, e a retidão. Será que isso tem a chancela de DEUS SU ?

Enfim para quem quiser saber mais, poderá acessar o site como já disse acima e tomar contato com todo o conteúdo da página investigativa sobre o que nós nem imaginávamos que estava ocorrendo, quando essas informações eram impedidas de chegar ao nosso conhecimento. Mas hoje, com a expansão da internet e de sua velocidade de divulgar fatos, torna-se impossível ocultar uma mentira por muito tempo.

Desde que deixei de ser dirigente da entidade mahikari no ano de 1999, venho passando por um processo de aprendizagem por observação do comportamento humano frente a essa questão fundamental para a auto afirmação do ser humano como filho de Deus,  que é sua fé no divino, no poder superior. Mas a quantidade de hipocrisia, mentiras e descalabros pelo qual se sujeitam as pessoas pobres de espíritos, como já dizia o mestre Jesus, é algo impressionante.

Mas quando se mantém o foco na bondade, na vontade de não errar, no desejo de ser honesto, não deixamos espaços para a manipulação. Dessa forma sei que diversas pessoas poderão me criticar pelo que estou escrevendo, mas eu estarei com a minha consciência tranquila, pois sei que também fui enganado e demorei muito tempo para despertar e sei que o que eu vi das práticas executadas nos dojôs das regionais de que eu tenho contato, continuam sendo algo inaceitável,  para  aqueles  que  querem um  mundo onde reine a paz, a harmonia e a felicidade. Onde as pessoas se respeitem pelo fato de todos sermos filhos de Deus e não haja diferenciação quanto a sua classe social, seu nível de escolaridade, seu poder econômico, etc... e hajam como Deus Supremo já nos ensinou: - “AME TEU PRÓXIMO COMO A TÍ MESMO”. Isso sim é uma tarefa difícil e deveria ser trabalhada por todas as religiões, mas não é o que parece, nem o que fazem. Mas considero que a entidade Mahikari, como se propunha no ato de sua formação, e pelo qual eu dei meu apoio, era de ser uma entidade pioneira na transformação do mundo, contrariando todas as entidades religiosa  de até então, concedendo a Luz Divina para resgatar a essência do ser humano, fato este primordial se é que se deseja uma mudança no mundo. Mas infelizmente o que eu posso ver depois de 27 anos e que a Mahikari está agindo como todas as outras entidades e não tem a autoridade  de mudar  nada como as outras também perderam a sua.

Sim, ainda tenho muito que aprender e pesquisar sobre a Energia Divina que todos nós possuímos e que devemos colocar em prática. Por isso, deixei de usar o omitama para me “desintoxicar”, para “descarregar aquela energia de reserva de bateria” que temos ( assim dizia os dirigentes) quando não usávamos omitama   e impúnhamos a mão e funcionava do mesmo jeito, ocorrendo até manifestações espirituais.

Dessa forma, sei que a Luz Divina existe, mas devemos retomar o aprendizado sem nos preocupar em pertencer a nenhuma entidade, pois até o momento só apareceram aproveitadores astutos e continuamos na dependência de alguém que nos conduza.

Aprendi que o melhor condutor e você mesmo, buscando seu Deus interior, pois Ele habita em você e orienta seu caminho quando se consegue sintonizá-lo. Como já nos foi ensinado: - somos um templo e o espírito de Deus habita em nós. Somos Seus filhos e Sua máxima criação, portanto temos o potencial para crescermos e ser divinizados. Para tanto devemos buscar conhecimentos baseado nos escritos antigos e tradições milenares confiáveis, e usar aquilo que aprendemos  como  fazer “tatewake”, ou seja, discernimento do que é certo ou errado.  A melhor maneira é seguindo nosso instinto divino interior.

Para mim, o que acabou foi a tal divindade e santidade dos mestres da Mahikari, mas seus ensinamentos podem ser muito aproveitados por se tratar de compilações de grandes ensinamentos do passado e que podemos assimilar aquilo que é realmente engrandece nosso ser como pessoas, ou seja, nos tornar pessoas com nobres sentimentos espirituais, como ser realmente (sunao) ao grande DEUS SUPREMO, colocando em práticas coisas básicas como se preocupar com aqueles que estão a nossa volta, ao nosso círculo de amizades, no trabalho, nas escolas, nas famílias, sendo alguém  que  apesar  das  adversidades, possamos respeitá-los e jamais ofendê-los e menosprezá-los, pois assim não estaremos  de  forma  alguma sendo seres amados por Aquele que espera muito de todos nós, Deus.

Olhando o mundo hoje, com as loucuras  e depravações que estão ocorrendo, com os absurdos que vemos todos os dias, é claro que fica difícil manter um sentimento espiritualista, mas lembrem-se que foi dito que nos fins dos tempos seria assim....

Portanto  felizes  os que tem sede de justiça, pois deles serão o reino dos céus...; etc...etc.... é só relembrar esses ensinamentos.

Não vou colocar aqui tudo que vivenciei nesses longos anos de prática da Arte Mahikari  dentro e fora da entidade, ou seja, o período em que fui aprendiz, e depois dirigente, e depois de deixar de ser dirigente, mas  posso dizer que presenciei muitos comportamentos, posturas, atitudes, sentimentos (principalmente) não condizentes como membros que tinham a missão de ser pioneiros na mudança do mundo, e serem representantes de líderes espirituais com  “missão recebida de Deus”. Esse conflito sempre me perseguiu e foi um dos principais motivos de eu ter deixado minhas atividades na entidade.

Sei que muitos vão me criticar por isso, mas somente quem deixou tudo para trás, família, trabalho, vida pessoal, e empenhou o principal período produtivo de sua vida para servir a entidade e depois ver no que esta se transformou, sabe da dor de ser traído no seu sentimento mais profundo.

Agradeço por Deus SU ter me permitido abrir os olhos para deixar a servidão e retomar a minha vida, apesar das dificuldades, pois aqueles que lá ainda permanecem e depois de passar os anos, e constituírem famílias, sem estudos e qualificações que hoje se exige no mercado de trabalho fica impossível sair e recomeçar;  dessa forma estão condenados a permanecerem nessa mentira ou se enganando para poderem sobreviver. Que tristeza! É a pior das condenações.

Pior ainda são aqueles que de certa forma deixam seus afazeres, e seus familiares, achando que estão tendo uma atitude nobre e que sem saberem  estão sendo explorados por um grupo que não possui autoridade para salvar ninguém.

Falo isso baseado nas evidências diárias do nosso dia a dia. Vejamos: - muitos conhecem a Igreja Universal do Bispo Edir Macedo, apesar da enormidade de acusações que pairam sobre ele, e vídeos espalhados aos montes na internet, continua com sua evangelização da sua forma e enriquecendo cada vez mais, ao ponto de construir o Templo de Salomão em São Paulo e fazer com que no dia da inauguração ficassem  sentadinhos como  ovelhinhas  a Presidente Dilma, o governador Alkimim, os presidenciáveis, os políticos de piratas, e toda uma cúpula de assessores e autoridades, quietinhos  ouvindo  seus delírios  de descendente de Abraão, e trajando-se como tal. Deve ter deixado a cerimônia em êxtase pelo feito alcançado. E o povo, devoto e fiéis saíram emocionados e relatando depoimentos de toda sorte de bênçãos.

Outros casos, temos o  Bispo RR Soares, da Igreja Mundial das Graças; o Bispo Valdomiro, da Igreja Mundial do Poder de Deus, que usa aquele chapéu de peão, esquecendo-se de que  desde  antigamente  era desrespeitoso entrar na igreja de chapéu, e que esse ato caracterizava ofensa espiritual. Até os mais humildes  sabiam disso. Mas que nada, não está nem aí porque o que importa é o milagre que executa com suas toalhinhas  abençoadas ....que é isso...; Tem também a Bispa Sônia e seu marido o apóstolo de Deus, com a famosa ocultação de milhares de dólares em sua Bíblia, da mesma forma que se mandava arma par dentro da prisão em livros preparados para tal crime. Esses dias inclusive, ví um vídeo da pastora que realizava a benção do cavalinho, onde o fiel subia nas suas costas e ela dava umas rodopiadas e soltava o caboclo em transe e depois dizia que foi abençoado,......ora meu Pai!

E não vamos esquecer os católicos que acreditam em tudo sem questionar as diversas faces da Virgem Maria, pois tem nossa senhora de todo tipo e para todos os gostos, acreditam em anjinhos de asas em forma de bebezinho,  rezam para as imagens de santos, mesmo sendo  dito nas  Bíblias de todo mundo e em todas as línguas para não adorarem imagem nenhuma, e rezar somente  para Deus Pai  criador de todas as coisas , e isso é  reafirmado no primeiro e no segundo mandamento da Lei de Deus transmitida a Moisés. Mas, ah! Tanto faz, tudo bem, se eu for também num centro espírita e fazer uma  fezinha ou  rezar para uma entidade do candomblé, tudo bem....é ecumenismo.... mas Deus está vendo....você é cristão ou o quê?

Os mulçumanos, ....é melhor não comentar,...olha a guerra santa!

Enfim, temos todos os tipos de seitas que basta dar uma busca na internet  e veremos o  desespero pelo qual   encontra-se o ser humano a fim de  procurar resolver seus problemas  de toda ordem, e não raciocina nas besteiras que estão fazendo. É fácil para nós que estamos de fora, mas a cegueira  espiritual que se encontram impede de ver toda essa insanidade.

Agora vai falar para essas pessoas sobre a sua religião, viram bicho e defende com todas as garras.  

O que eu acho curioso, e por isso digo que o milagre está no sentimento de cada pessoa e na conversão do sentimento mais profundo (sônen – na linguagem de Mahikari), é que independente dos rituais e linha religiosa, todas as igrejas e templos  tem a sua Salas dos Milagres, onde ficam cheias de objetos de toda ordem e são comprovações das bênçãos adquiridas.  Milagres acontecem em muitos lugares, não é um consentimento só dado  agora para  a entidade mahikari. Seria um presente de Deus pela sua fé, não se importando em que entidade esteja.  Ora , então surge outra dúvida:         - será que não importa onde estejamos, o que importa é sua cura interior, o seu compromisso com a verdade e com o Criador, para quem se dirige a sua oração?

Portanto volto a afirmar que Deus e nenhum dos profetas criaram a religião. Isso é coisa do ser humano na tentativa de agradar  seu ego e de saciar sua vaidade pelo poder e domínio sobre os homens.

Apesar de todas dizerem que trabalham para Deus e que querem a felicidade do ser humano, nenhuma delas se entende entre si mesmas, até hoje.

Gostaria de tecer um comentário sobre as cerimônias da entidade Mahikari. Depois de passar anos sem participar da cerimônia no Dojô de São Paulo, resolvi participar de uma cerimônia de Shunen-sai (aniversário da entidade). Apesar de manter um sentimento respeitoso por todos os que se envolviam com a cerimônia, não pude deixar de externar minha decepção com o grau de elevação espiritual dos kumitês e kambus de então, pois por incrível que parecesse nada  tinha mudado  durante aqueles 10 anos de ausência que estive longe da Sede  de Grau Superior da América Latina.  Pela quantidade de kumitês vindo de toda parte do Brasil e da America Latina, seria inadmissível na minha humilde opinião, que se colocassem alguns privilegiados no andar superior , do Goshinzen, e o restante espalhados por todo o dojô, inclusive no setor térreo da garagem! Como se fazia desde que se tem notícia, das ocasiões de cerimônias anteriores. Puxa, pensei comigo. Continua a mesma coisa desde tempos atrás.  Aquela aglomeração toda sem o mínimo respeito aos participantes que se esforçavam para ouvir um som ruim transmitidos nos aparelhos de tv e de som, de desde que tinha deixado a entidade, e de péssima qualidade. Sem falar nas conversas paralelas de mercado, o que não cabia alí naquele local. O entra e sai das pessoas vindas da garagem para o andar de cima, uma agitação que não se condizia com quem adquiriu uma elevação espiritual. E foram 10 anos de ausência!

Esperava-se que houvesse respeito por todos os kumitês que viajaram horas, dias inteiros de viagem, para que, superando enormes dificuldades de toda ordem, tivessem o privilégio de terem um lugar confortável e propício para absorverem todos os detalhes que se podia ter e que se havia feito por parte dos organizadores do evento. Sei que ninguém brincou nessas atividades, pois também já havia participado destas em anos anteriores, quando pertencia ao quadro de dirigentes. Mas sempre pensei do porquê não se ter um orçamento da entidade destinado a esse tipo de evento. Estou falando de uma atividade comemorativa de 30 anos da entidade no Brasil. Não se tratava de um evento anual. Apesar de meses anteriores haver uma campanha para arrecadação de oferendas  para ajudar  nos gastos, estas sempre foram insuficientes. Por isso que não se alugava espaço maiores destinados a grandes eventos em São Paulo. Mas aí eu lhes pergunto: - não poderia partir da sede matriz um presente para todos os kumitês da América Latina uma ajuda que bancasse  esse  espaço  para acomodar melhor as pessoas e que todos participassem na mesma vibração dentro de um mesmo pavilhão? Afinal são anos de contribuição dos kumitês da América Latina para com a Sede Mundial. Hoje me pergunto: - será que eles estão mesmo interessados no conforto dos seus membros latinoamericanos? Ter gasto extra?

E para piorar as coisas, depois de mais de uma hora e tanto de cerimônia, vamos ter palavras do representante do Oshienushi-sama.  Bom quem sabe agora vem umas palavras de sabedoria, pensei eu. Minha frustração foi aumentando quando este senhor, começa falando das catástrofes que ocorreram ao redor do mundo e começa a falar da importância de se preparar  a mochila de emergência ! Meu Deus, de novo aquele discurso apocalíptico de 20 anos atrás...... e pior que ficou nisso!

Assim, ao término da cerimônia, voltam para casa todos os fiéis, achando que tudo foi maravilhoso e como recordação trazem um saquinho de “terra” colhido na Yoko-ôen....não é demais!!!  Que felicidade!!!  Ganhei, depois de dias de viagem, um cansaço descomunal, gastos elevados para muitos, depois de ficar mal acomodados por horas, voltar para casa com um monte de terra!  Essa acho que ganhou da toalhinha do Bispo Valdomiro.... com todo respeito.

Dessa forma quero dizer aos meus queridos kumitês de todo o Brasil, que é por amor e consideração a todos vocês que escrevo esse depoimento. É para dizer que reflitam sobre tudo que já fizeram, e vejam se as coisas não seriam as mesmas se tivessem empenhado o esforço de vocês para ajudar a qualquer pessoa que encontrassem e que necessitassem da força de vocês. Será que vocês precisam estar onde estão para que a vida de vocês continue sendo abençoadas por  Deus Supremo? Será que vocês acreditam num Deus vingativo  que se por acaso vocês virarem as costas para a Mahikari ou outra entidade qualquer serão amaldiçoados para  todo o sempre?

Deus é Amor, e Luz, e não se esqueçam de que não importa onde vocês estejam, se fizerem o bem para o teu próximo, para tí também Deus  fará o bem, e este retorna a você em dobro. Isso já nos foi ensinado também num passado num muito distante.

Espero poder ter dado minha contribuição, e desejo a todos as bênçãos e a paz do senhor nosso DEUS SU.